Pr. Bertiê Magalhães
CRESCENDO EM CRISTO: VIDA FRUTÍFERA
Estudo bíblico ministrado em 2008, no Projeto de Vida

Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.
João 15:5-11
I – CRESCENDO COMO LAVOURA DE DEUS – I CO 3.9
Continuemos a nossa missão com determinação, sermos úteis no reino de Deus e nos entregar a Ele sem reservas SL 37.5, plantando ou regando: I CO 3.6 “Eu plantei, Apolo regou; mas, Deus deu o crescimento.
a) Os obreiros são os cooperadores de Deus. Apóstolo Paulo enfatiza que nossa parte no processo é de plantar e regar. É Deus que faz crescer a lavoura e vir o desejado fruto através do crescimento, GL 5.22
b) Processo da preparação do terreno para o plantio da lavoura. Uma lavoura de arroz sequeiro irrigado: 1 - primeiro prepara a terra analisando sua condição de saúde e sua eficiência para o plantio desejado; 2 – seleciona a semente para ser plantada numa terra adequada, 3 – Plantam a semente e começam a regar esperando a germinação da semente, crescimento e frutificação para a colheita. Os celeiros estão prontos aos resultados positivos, I CO 3.9; I CO 9.10; Atos 14.17.
c) Semeando em corações a preciosa semente. A necessidade da Igreja se posicionar em cumprir a visão e missão de Cristo. Deus quer que a semente germine em todos os corações, não depende de nós saber o resultado imediato ou futuro; nós precisamos plantar e regar (Deus irá trabalhar cada coração para fazer crescer e vir os frutos) CL 1.10; I PE 1.3-9. Os discipuladores preparados, treinados, capacitados, são instrumentos que Deus usará nesta obra. Mãos ao arado e estejamos na brecha para que Deus não destrua as nações (EZ 22.30); edificando antigos lugares assolados e levantando os fundamentos para nova geração; serão reparador de brechas e restaurador de veredas (IS 58.12).
II – PODAR PARA CRESCER E FRUTIFICAR A VINHA DE DEUS
A bíblia usa uma linguagem figurada para mostrar como o povo de Israel (SL 80.8-11), que foi trazido do Egito, expulsa as nações, como semente plantada em boa terra, que cresceu raízes, estendeu seus galhos, encheu a terra. No Antigo Testamento a vinha é símbolo da fecundidade e o seu fruto da bondade de Deus para com o seu povo. No novo testamento (JO 15.1-8), Jesus é a videira, o pai é o lavrador e os que se declaram seus discípulos são as varas.
a) Toda vara que não dá fruto, a tira. Quando exercemos cuidado com a vinha, visando o seu crescimento e frutificação, necessário se faz aplicação da poda, ou seja, tirar os galhos que não dão fruto (JO 15.2ª). Se a vara não estiver ligada na videira será lançada fora ao fogo que arde (JO 15.6).
b) Limpa os galhos frutíferos, para que dê mais frutos. Após a poda dos galhos infrutíferos, “a vinha recebe força para avançar” e vem o florescimento. Necessário se faz desbrotar o excesso de ramos; desbastar os botões florais com um pente e 70% deles devem ser tirados; proteger contra as doenças, animais e insetos. Jesus é a videira, Deus pai é o lavrador e nós somos as varas, toda vara ligada a Jesus essa dá muito fruto, porque sem ele nada podemos fazer (JO 15.5,6). O vinhateiro conhece o ramo infrutífero retirando-o do sarmento e limpa todo aquele dá fruto, para que dê mais frutos, JO 15.2.
c) A boa colheita vem do processo cuidadoso da poda e limpeza da vinha. Com a chegada dos frutos redobram-se os cuidados da vinha, o processo de poda, limpeza em geral já foi concluída. Agora é vez dos frutos. O lavrador fica atento para os frutos que apodrecem, racham, são picadas por insetos e estragadas pelos animais (CT 2.15; IS 5.2), usa-se uma tesoura própria do cultivo para cortar e lançar fora do vinhedo. O tempo da colheita é chegado com muita alegria e regozijo. Isto significa paz e segurança (SL 126.6). O lavrador está preparando a sua vinha com excelentes frutos e está chegando o dia da colheita (MT 24.36; II TM 4.8b). Exige-se de cada obreiro da vinha do Senhor, responsabilidade com crescimento de frutos de boa qualidade. A produção em grande escala de frutos doentes, rachados, picados por insetos e estragados por animais não produzirá resultado positivo. É necessário zelo e cuidado permanente na vinha, podando no tempo certo, desbrotando o excesso de ramos, cortando os botões florais, protegendo-a das doenças, animais daninhos e preparando o fruto da colheita ao seu verdadeiro dono, que virá para saborear e qualificar o fruto. Pense-te tu, pensemos nós, como estamos procedendo com a lavoura de Deus.
III – CRESCIMENTO SOB A ÓTICA DA ADMINISTRAÇÃO.
O que espera de um administrador é o resultado positivo de suas ações na responsabilidade de conduzir bem o empreendimento. O administrador usa as ferramentas pertinentes para exercer o poder decisório, visando consumar sua liderança eficiente diante dos desafios que lhe são impostos.
a) A visão do administrador. Ao assumir a direção de um empreendimento, os primeiros passos a serem dados: 1- Criar um ambiente de segurança para tomada de decisões; 2 - Fazer um levantamento com dados confiáveis da saúde da empresa; 3 - Mapear a estratégia em sua área de ação; 4 - Estar ciente dos riscos e ameaças, seus pontos fortes e pontos fracos; 5 - Verificar se a visão e a missão da empresa estão focadas em seu ambiente interno; 6 - Estabelecer as metas a serem alcançados, curto, médio e longo prazo.
Toda esta somatória de ações, o administrador empreende para alcançar o sucesso desejado da empresa, o crescimento, o lucro. É bom observar que o administrador não terá sucesso se tentar fazer sozinho. Ele precisa do envolvimento de todos colaboradores no processo de crescimento.
b) O pastor é um administrador no reino de Deus. Quando Deus vocacionou Moisés para empreender uma grande missão (EX 2.10), ele foi criado no palácio de Faraó, recebendo ali a sua qualificação. O primeiro momento de preparação palaciana, o segundo momento na faculdade semi-árida de Midiã; e depois, vocacionado e aprovado (II TM 2.15), para cumprir a visão e a missão de Deus. Moisés vai ao Egito experiente, cauteloso, prudente, com Arão seu irmão e “uma vara na mão”.
Vejamos as ações de Moisés: 1 - Criou um ambiente de segurança e confiança para começar agir; 2 - Os filhos de Israel creram nos sinais e milagres realizados por Moisés, EX 4.30,31; 3 - Compareceu diante de Faraó consciente dos desafios, EX 5.1,2; 4 - Estamos em nome do Deus dos hebreus que nos encontrou pelo caminho e nos fez participante de sua vontade dizendo: deixa ir o meu povo pelo caminho de 03 dias para me adorar, EX 5.3; 5 - Faraó recusa obedecer e dá ordens severas, EX 5.6-19; 6 - Deus disse a Moisés: Tenho te posto por Deus sobre faraó e Arão teu irmão, será o teu profeta; 7 - Moisés saiu vitorioso, seiscentos mil homens de pé, sob a sua ordem e cuidado, EX 12.37.
Moisés saiu do Egito e não deixou lá nenhuma UNHA dos filhos de Israel, EX 10.16. Atravessou o mar vermelho, andou 40 anos pelo deserto, desbaratou os adversários pelo caminho, chegou ao Monte Nebo com a missão cumprida, passou a direção da nação de Israel a Josué e foi estar com o Senhor Jeová. Temos que ter certeza de nossa vocação.
c) José o administrador do Egito. Filho de Israel e Raquel, com vocação pastoril, cuidava das ovelhas de seu pai com seus irmãos, na terra de Canaã. Deus agradou de José pelo seu caráter (GN 37.2), não concordava com a vida infrutífera de seus irmãos. Teve sonhos proféticos (GN 37.5,9)
Sua história é uma lição: 1) Foi vendido ao Egito pelos seus irmãos GN 37.28; 2) comprado no mercado de escravo por Potifar, eunuco capitão da guarda de Faraó; 3) Foi denunciado pela sua senhora e colocado na prisão, GN 39.20; 4) Saiu da prisão para ser o governador do Egito, GN 41.38-43. Tinha José 30 anos quando saiu diante de Faraó e percorreu todo Egito e ajuntou tanto trigo como areia na praia do mar nos sete anos de fartura, GN 41.46-49; José foi um administrador eficiente e eficaz, é lembrado na administração moderna pelo uso da logística integrada, utilizada com perfeição. Foi cheio de sucesso este pastor de ovelhas – varão calcado pelo caráter intransigente que não se contaminava com o mal (GN 39.2,3-6); Deus abençoou Potifar por amor a José. Em GN 39.21.23 o Senhor estava com José, lhe estendeu a sua benignidade e lhe deu graça e, em tudo que fazia prosperava, crescia e aumentava. José tinha o Espírito de Deus que o fazia inteligente, sábio e capaz, a ponto de governar o Egito (GN 41.38,39.
Ao administrarmos os talentos do Reino, no acerto de contas, o Senhor espera como resultado o crescimento. (MT 25.14-30).
IV - CRESCIMENTO NA GRAÇA E NO CONHECIMENTO DE JESUS CRISTO
Em II Pedro 3.18. Pedro conclui na sua segunda carta, um breve relato sobre a vida e o serviço cristão, enfatizando a grande necessidade do crescimento na graça e no conhecimento de nosso salvador Jesus Cristo, para fugir da semeadura da carne num terreno propício a muitas dores e sofrimentos.
a) A semeadura na carne, dores e sofrimento. Nunca se viu como nos dias atuais o crescimento do mal ante o bem. As obras da carne têm alcançado terreno fértil para sua proliferação. Os meios de comunicação que degradam a moral humana; a satisfação dos prazeres carnais voluptuosos; a ausência da graça e a negligência da prática do conhecimento de Deus na vida do ser humano produzem um campo fértil para o crescimento do mal (RM 1.18-32).
- Adultério, (relação conjugal envolvendo pessoas casadas), pecado contra o propósito do criador na constituição da família; pecado contra o corpo marital, ou o cônjuge; pecado contra a Igreja como organismo vivo e corpo de Cristo místico na terra. Outras conseqüências: perda da confiança e o referencial moral da família; crise conjugal; separação; divórcio; intrigas; inimizades; crise entre as famílias do casal e os filhos, etc.
- Prostituição, (relação conjugal envolvendo pessoas solteiras), pecado a instituição legal do santo matrimônio; pecado contra o corpo do solteiro; pecado contra a família de ambos; pecado contra Igreja de Cristo; outras conseqüências: gravidez ilícita, medicamentos aleatórios contra a saúde; vergonha; mentiras e enganos aos pais; iras; discórdias; morte, etc.
- Impureza, (mácula moral, sujeira, imundícia, imoral, obsceno), mancha a conduta do homem e da mulher. A bíblia ordena: TG 1.21, despojando-vos de toda impureza; I CO 6.18, fugi da impureza, povo de Deus! Namoros fundamentados na carne e não na fé; I TS 4.7 Deus não nos chamou para a impureza.
- Lascívia, (luxúria), o pobre apresentar como rico, caindo em muitas contendas, lutas financeiras e vivendo de aparência. O rico ostenta a fronte exacerbar da posição e discriminam aos menos favorecidos; vestimenta com decote sensual, (II PE 3.3); competição, não ficando para trás de ninguém; exige a bajulação e ser reconhecido.
- Idolatria, (adoração dos ídolos; figura que representa uma divindade ou qualquer ser ou cousa e é objeto de culto). Idolatria é trocar Deus por outra coisa ou pessoa. A idolatria cega à mente da pessoa, e ele não conseguem discernir o que é cuidado e idolatrar uma coisa ou pessoa. Pais que tem filhos como ídolos, são intocáveis, Efésios 6.4; Outros ídolos: a si mesmo; o dinheiro; a política etc.
- Feitiçaria, (Encantamento, adivinhação, sortilégio) A rebelião é como pecado de feitiçaria I SM 15.23, são obras das trevas. O ser humano vazio da graça e do conhecimento de Deus procura atender suas necessidades em busca de algo sobrenatural caindo nas práticas do ocultismo passando acreditar em feitiçaria, sortes, etc, II CO 4.4; I JO 2.11.
- Inimizades, (aversão, malquerença), criar situações difíceis nas amizades. RM 8.7, Porque a inclinação da carne é contra Deus, e não está sujeito a Lei de Deus; TG 4.4, a amizade ao mundo é inimizade contra Deus. Quem quiser ser amigo do mundo (pecado), constitui-se inimigo de Deus. Esta semente trás consigo: Frustrações, dificuldades em novos relacionamentos, tristezas, amarguras; só temos um remédio capaz de sarar estas feridas: O perdão.
- Porfias, (Contendas; brigas; discussão; questionar obstinadamente). O porfiar é como iniqüidade, I SM 15.23a. A bíblia usa esta palavra para fortalecer a linguagem do valor da vida eterna em LC 13.24a. Quantas oportunidades as porfias fúteis da vida, considerada sem importância, com resultados infrutíferos, vão. Os jogos são porfias sem qualquer edificação cristã ou melhoria espiritual, não tem nenhum valor. Expor as amizades ao risco, tristezas, chocarrices, extravasamento da carne, perda do precioso tempo de Deus, que deveria ser disputado, porfiado pelo evangelismo, oração, e outros deveres espirituais.
- Ciúmes. Esta semente é prejudicial, suas raízes são longas e profundas. Quantos casais e amizades, fracassadas pelo ciúme doentio. Estas pessoas precisam da assistência do psicólogo chamado Espírito Santo de Deus; estão doentes, desequilibradas emocionalmente, inseguras, instáveis, são incapazes de acreditar na verdade de outros, desconfiam de tudo. (SL 37.4,5).
CONCLUSÃO
SL 119.9-11; 119.33,34; 119.97-106. Busquemos a graça e o conhecimento de Deus e cresceremos, seremos protegidos do mal nesta terra e nos aplicaremos ao serviço Cristão diariamente.